Cerca de 150 mil trabalhadores e trabalhadoras de todo Brasil ocuparam a Esplanada dos Ministérios em Brasília, no dia 24 de maio, contra as reformas trabalhista e previdenciária e pelo fim do governo Temer.
A união das organizações sociais e sindicais superou todas as expectativas e revelou o descontentamento do povo com o governo que está no poder. Foi um pronunciamento histórico em defesa dos direitos sociais e da democracia.
O SINTRIASA não podia deixar de se fazer presente neste momento importante de luta. Um ônibus lotado de representantes sindicais, incluindo os representantes do SINTRIASA saiu de Santo Ângelo em direção a Brasília no dia 22. A chegada do grupo, no estádio Mané Garrincha em Brasília foi às três horas e 20 minutos da madrugada de quarta feira. A caminhada dos manifestantes até o palácio do governo começou apenas ao meio dia, mas os ônibus começaram a chegar de madrugada e os manifestantes estavam todos reunidos desde cedo no estádio. A partir do meio dia, seguiu-se em longa caminhada até a Esplanada dos Ministérios, onde cada central em seus respectivos carros de som discursavam sobre o ato, pedindo pelos direitos dos trabalhadores e sobre a saída do atual Presidente da República.
Durante a caminhada já se percebeu que alguns grupos de manifestantes estavam mascarados, políticos e representantes das entidades pediram para que estas pessoas retirassem as máscaras. Mas não obtiveram êxito. Estes grupos então tentaram ultrapassar a barreira do palácio e com atos de vandalismo fizeram com que repercutisse uma imagem de manifesto não pacífico. A PM emtão agiu sem piedade, para dispersar a multidão, lançando bombas de gás lacrimogênio sobre os manifestantes e atirando com balas de borracha. O presidente ilegítimo baixou um decreto autorizando as Forças Armadas a reprimir manifestações. A ação destes grupos mascarados não representa as organizações sindicais e sociais que foram até Brasília para lutar de forma pacífica pelos seus direitos, não são atos que podemos defender. Mas, a forma como a polícia agiu, esquecendo que ali no meio da multidão, crianças e idosos estavam presentes em vários espaços da concentração, de maneira nenhuma deve ser defendida também. O povo não irá se intimidar, não deixará de lutar jamais!
O gás lançado pela PM atingiu alguns dos representantes do SINTRIASA, em relato, "afirmam que a sensação ao ser atingido pelo gás é muito ruim, é como se não conseguissem respirar e as lágrimas começam a cair involuntariamente"; "Os cuidados após ser atingido também devem ser tomados, pois este gás em contato com a pele causa uma espécie de alergia se permanecer por muito tempo ali''.
Os policiais durante o manifesto prenderam 31 ônibus e conseguiram prender na hora 23 pessoas. No final do manifesto centrais se dividiram para tentar retirar da prisão este número de trabalhadores. Soube-se que a CUT foi a entidade que voltou até Brasília para esta retirada, mas não sabemos se conseguiram a liberação no mesmo dia.
Caixão na foto a cima, representa o pedido da saída de Temer.
Diante de tudo que este ato representou, revelando a força do povo trablhador, a esperança, a bravura e o descontentamento com a retirada dos direitos que vem sendo conquistados desde anos atrás, a luta não pode parar e ela continua. As centrais estão unidas e devem convocar uma nova greve geral para barrar o retrocesso. É preciso devolver ao povo o direito soberano de decidir o destino do Brasil.